Meu coração anda tão manso, mas um manso machucado, calejado de bater depressa, um manso tímido, acanhado e um pouco doído. Minhas artérias inundadas de tristeza e sofrimento escapulindo pelas laterais. Meu coração era tão quente, fervilhava feito lava, aquecia qualquer um, mas hoje menina, hoje ele anda por aí igual um doido varrido fugindo das artimanhas do amor, foge de tudo e de todos, esbarra em desconhecidos e tropeça em qualquer pedra no caminho, ele se desespera e tenta voltar ao seu natural; um coração alegre e com sede de bater ao som da felicidade.
